A relação de Portugal com o mar parece acomodada em discursos ambivalentes. Timidamente, as velhas narrativas maritimistas, ligadas ao Estado-Nação, têm cedido ante algumas modernas e cosmopolitas manifestações de celebração dos Oceanos como “fronteiras de futuro”. Dois argumentos fortes, um de âmbito universal, o outro de natureza nacional-local, parecem justificar um projecto editorial na imensa área dos temas marítimo:
1) Se a globalização tende para uma uniformização cultural à escala do globo, ela também desperta e mobiliza a expressão de identidades locais e regionais, nomeadamente marítimas.;
2) Se Portugal tem uma longa tradição marítima, a revitalização desse histórico enlace com o Oceano pode e deve fazer-se através da cultura e do livro. Seja na ficção, seja no ensaio e nas ciências, há um mar de textos a descobrir e a publicar. Por estas e outras razões, a Âncora Editora se aventurou a criar a coleção Novos Mares, que conhece agora o seu quinto livro.