“(…) de meados do século XVIII, o planeta esteve sujeito à flutuação climática que a literatura da especialidade designou por “little ice age” (pequena era glaciar). Fez-se ela notar por uma série de manifestações indicadoras do arrefecimento do clima. As temperaturas desceram e as frentes glaciares alpina e do “inlandsis” circumpolar avançaram sobre o habitat humano ou terras de outro modo humanizadas; os invernos tornaram-se mais rigorosos; recuou o nível do mar com consequente extensão do areal, e formação, às latitudes médias como a nossa, de tempestades e ventos ciclónicos como os que Tycho-Brae pôde observar e registar e que explicam os frequentes naufrágios que os textos da época relatam; as amplitudes térmicas alargaram, mas os verões ficaram mais curtos; as variações climáticas (anuais ou cíclicas) tornaram-se mais irregulares; em consequência, as colheitas diminuiram e, com a carestia, aumentou o impacto das epidemias e outras doenças, baixou a natalidade, subiu a mortalidade, instalaram-se as “crises demográficas” com os seus característicos saldos negativos. (…)”
Artigo do Tomo X dos Cadernos Vianenses, escrito por Alberto Antunes Abreu.
Os Cadernos Vianenses são uma edição da Câmara Municipal de Viana do Castelo, com publicação periódica desde outubro de 1978. Estas publicações assumem-se como uma fonte de memórias e repositório do património de Viana do Castelo, agregando textos, artigos, testemunhos, opiniões e ideias de diversos autores, abordando um variado leque de temas.
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