“O aproveitamento turístico dos moinhos, proposto por alguns “molinologistas” é de aplaudir, sim, mas feito com senso e equilíbrio estético. Não se despertem de um sono duradoiro, para os sujeitar a alindamentos modernistas, estilizações catitinhas e adaptações a baiucas do comércio, com anúncios inconcebíveis. O cálculo não deve destruir o sonho. Consolidem-se e restaurem-se, rebocando-lhes as paredes carcomidas e branqueando-os a cal, “enroupando-os” com as suas características velas, mas sem lhes tirar o encanto próprio, o cariz antigo, o interesse etnográfico, pitoresco e paisagístico. Os “Amigos dos Moinhos” devem coexistir, em fraterna comunhão, com os artistas contemplativos, os eruditos penitentes. (…)”
“Em imaginação, julgamos vê-los orientar ainda as velas brancas para a brisa, tal qual o girassol para a luz solar. Os moinhos fazem parte integrante de muitas das nossas paisagens: têm alma. No dorso dos montes parece elevarem-se para atingir a luz suprema. (…)”
Artigo do Tomo VIII dos Cadernos Vianenses, 1984, escrito por Guilherme Felgueiras.
Os Cadernos Vianenses são uma edição da Câmara Municipal de Viana do Castelo, com publicação periódica desde Outubro de 1978. Estas publicações assumem-se como uma fonte de memórias e repositório do património de Viana do Castelo, agregando textos, artigos, testemunhos, opiniões e ideias de diversos autores, abordando um variado leque de temas.
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