Rituais da morte em terras de Arga e Lima

Imaterial
Literatura oral e Tradições orais
Património Cultural

Antigamente e ainda hoje em muitos locais das terras de Arga e Lima  as pessoas acreditam em sinais  «agoirentos».  Se os sinos da igreja «têm um som triste», é um vizinho que vai morrer;  se se ouve durante a noite a coruja a piar  é sinal de morte de alguém da freguesia; se um cão uiva de noite  é prenunciada a morte iminente de alguém.

Os próprios mortos podem  fornecer uma indicação sobre as pessoas que os irão seguir. Por exemplo, quando os olhos de uma criança morta não podem ser fechados, diz-se que ela está a «chamar» um parente; quando uma pessoa morre, a direcção da sua cabeça assinala a parte da freguesia — «de cima» ou «de baixo» — onde se verificará a próxima morte.

Em Meixedo, no dia da morte de alguém a família pedia a um vizinho ou amigo que cozesse uma ou mais fornadas de broa.  Duas moças levavam no dia  do enterro,  em cestos ou gamelas baixinhas,  as broas para o adro da igreja para que pedaços de pão fossem dados aos pobres que acompanhavam o caixão até à igreja ( a pé).

A alusão à procissão de defuntos que muitos diziam ver , durante a noite, é frequente. Segundo reza a história,  os defuntos peregrinavam pela aldeia com luzes acesas. Ver a procissão podia ser interpretado como mau agouro.  Quem conseguia ver a procissão ficava a saber quem era o próximo a morrer.

ID

8157

Local

Meixedo

Autor

Biblioteca de Arga e Lima ; alunos

Editor

Biblioteca de Arga e Lima

Tema

Morte

Fonte

Pessoas idosas da freguesia