As Cruzianas sp. são icnofósseis (vestígios de atividade de ser vivos antigos) formadas por rastos bilobados de trilobites deixados num fundo marinho mole.
As trilobites (nome científico: Trilobita) são um grupo de artrópodes marinhos extintos, que existiram há cerca de 542 milhões de anos, tendo habitado oceanos ancestrais durante cerca de 300 milhões de anos.
Durante a maioria da era primária (Paleozóico), a vida animal terrestre estava ainda pouco evoluída ao contrário da vida marinha, que já possuía uma grande diversidade incluindo as trilobites. As trilobites já por si eram consideradas um animal muito evoluído pela sua diversidade e complexidade, existindo cerca de 20 000 espécies de trilobites.
De um modo geral as trilobites eram constituídas por uma carapaça de carbonato de cálcio conferindo-lhe grande rigidez e resistência. O seu corpo estava dividido em cefalão, tórax e pigídio, cujo tórax alongado lhe permitia enrolar-se sobre si própria como forma de defesa contra predadores. Possuía dois olhos que eram compostos por vários pequenos olhos individuais tornando-as muitos sensíveis a variações de luz e movimento, permitindo-lhe um maior visualização do espaço espécies envolventes. Estas características fizeram com que fosse considerado um dos maiores predadores do Paleozóico.
Estes icnofósseis podem ser usados como indicadores do ambiente sedimentar, assim como na biostratigrafia para datação relativa das rochas onde se encontram.
No Geoparque Litoral de Viana do Castelo, estes icnofósseis estão presentes nos quartzitos do Monumento Natural Local das Pedras Ruivas, sendo a prova de que aquelas rochas se formaram a partir do metamorfismo de sedimentos (areias) de um oceano ancestral (Rheic), no qual habitavam trilobites, acabando por desaparecer com a formação da Pangeia.
Praia Norte, Viana do Castelo
Fevereiro 2018
~470 milhões de anos
41.693512, -8.850729