“O trajo civil e o trajo popular atravessam os anos mantendo-se, por assim dizer, em linhas paralelas, em quase todas as regiões. Linhas que não se confundem, embora não raro se influenciam mutuamente num ou noutro pormenor. (…)”
“Há mulheres com saias longas, casacos informes, lenços lisos, atados sob o queixo; algumas, por vezes, agasalhadas com compridas mantas ou mantéus (…).”
O trajo “à lavradeira”, é considerado o mais genuíno e belo da indumentária festiva minhota. “Fruto de artesanato puro, aproveitando maravilhosamente os recursos da terra, é a prova irrefutável do bom gosto e da imaginação viva das nossas mulheres, que tanto favorece. A partir da saia de tear, sombria ou álacre, de riscas simples, em lã que não raro se tingia até por processos caseiros. A partir da camisa de linho espesso, fiado na soleira da porta ou à lareira. A partir da meia grossa de algodão, branqueada ao sol, tecida à mão com “ganchos” de ferro. (…)”
Artigo do Tomo III dos Cadernos Vianenses, 1979, escrito por Maria Emília Vasconcelos.
Os Cadernos Vianenses são uma edição da Câmara Municipal de Viana do Castelo, com publicação periódica desde Outubro de 1978. Estas publicações assumem-se como uma fonte de memórias e repositório do património de Viana do Castelo, agregando textos, artigos, testemunhos, opiniões e ideias de diversos autores, abordando um variado leque de temas.
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